Os 50 participantes da Semana Tanto Mar deslocaram-se hoje ao Porto de Peniche para conhecer mais sobre a economia do mar. Nesta visita, foi possível entrar em contacto com diferentes empresas de exploração e transformação de pescado, como a Docapesca e a Omnifish, de biotecnologia como a Seaentia, conhecendo ainda o Clube Naval de Peniche e as suas atividades.

O sol brilhava, as gaivotas pairavam no ar e o trabalho no Porto de Peniche já ia longo. Antes de entrar na Omnifish, há que ter os cuidados necessários e vestir as toucas, batas e proteções para os pés, para evitar quaisquer escorregadelas.

Na empresa de comercialização, preparação e transformação de pescado, fizemos “o caminho do peixe”, vendo a sua preparação desde que chega ao armazém, até à limpeza e depois armazenamento antes de seguir para os supermercados que o comercializam. O objetivo é sempre manter o peixe com a maior frescura possível.

Divididas em grupos, as equipas rodavam entre a Omnifish e a Seaentia. A Seaentia é outra das empresas instaladas no Porto de Peniche e, na companhia de funcionários como Diogo Alves, que antes de trabalhar  na empresa, estudou no mestrado em Aquacultura na Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar (ESTM). Na Seaentia procura-se fazer “produção sustentável de peixe em ambiente controlado”, mais especificamente, da corvina. Acompanhámos o processo desde a limpeza da água do mar, extraída do Porto, até à forma como a espécie que reside em tanques com iluminação adequada à profundidade em que habita é alimentada. “Tudo isto é feito de forma a reduzir o stress e a beneficiar o crescimento da corvina”, explicou Diogo.

Para os interessados nas mais variadas atividades náuticas, seguiu-se uma visita ao Clube Naval de Peniche (CNP). Aqui, foi feita uma introdução às modalidades praticadas no Clube, que vão desde a canoagem, à vela, passando pelo mergulho e a pesca submarina. A conduzir a apresentação esteve a treinadora de vela do CNP, Diana Saudade, que procurou com esta exposição da oferta, interessar os jovens na prática destes desportos que ilustram a ligação da comunidade penichense com o mar.

Flying Sharks e Docapesca

Depois de ontem termos assistido à palestra do professor da ESTM, João Pedro Correia, visitámos a sua empresa, a Flying Sharks, também instalada no Porto de Peniche. Lá, fomos recebidos pelo biólogo Estêvão, que se encontrava em processo de limpeza depois de, durante a manhã, a Flying Sharks ter preparado o transporte de alguns animais marinhos para diversas localidades na Península Ibérica e, para o continente africano, em Marrocos. 

Biólogo há 40 anos, Estevão já trabalhou com insetos e crustáceos, trabalhando agora na conservação e transporte de animais marinhos. Além de explicar um pouco sobre o seu trabalho, o biólogo também levantou um pouco o véu sobre o dia-a-dia na Flying Sharks, como se alimentam os animais e como se trata da limpeza dos aquários onde estes habitam brevemente até chegarem à sua nova casa.

A Semana Tanto Mar continuava pelo Porto de Peniche e seguimos para a Docapesca. Presente em todo o país e parte do Setor Empresarial do Estado (SEE), a Docapesca é uma empresa que trata da intermediação entre os pescadores e os compradores de pescado, que fazem a aquisição do peixe em leilão e momento ao qual os participantes da academia puderam assistir depois de uma pequena visita guiada às instalações.

Conhecer quem habita as marés

O dia concluiu com uma palestra com a professora da ESTM, Susana Ferreira, onde foram apresentados e contextualizados excertos do documentário “Ao Ritmo das Marés”, produzido pela ESTM e pelo MARE - Centro de Ciências do Mar e do Ambiente. O documentário, filmado nos fundos da região Oeste, incluindo na Reserva Natural das Berlengas, pretende mostrar a riqueza da biodiversidade da região e a fauna e flora que podem ser encontradas até num simples passeio à praia.

Amanhã espera os participantes um dia cheio de atividades na praia da Gâmboa, com atividades de surf e com o Instituto de Socorro a Náufragos.

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